quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mercado de trabalho em Tecnologia da Informação está em alta na região

Empresas têm vagas sobrando, mas estão com dificuldade de encontrar profissionais qualificados

Quem tem dúvidas sobre qual profissão seguir e gosta de tecnologia, não deve perder tempo. O mercado de trabalho na área de Tecnologia da Informação (TI) está muito aquecido no Brasil. Para se ter uma idéia, o profissional de TI está entre os dez mais disputados pelos empregadores do país atualmente. Na região de Campinas, a situação não é diferente. As companhias oferecem salários atrativos, têm vagas sobrando, mas têm dificuldade de encontrar profissionais qualificados.
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) sedia um dos principais pólos científicos e tecnológicos do Brasil, como a Embrapa, CPqD, Laboratório Nacional de Luz Síncroton, Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Centro de Nanociência e Nanotecnologia César Lattes. Segundo o Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da RMC, a região é responsável por 15% da produção científica do Brasil. Algumas das mais importantes universidades do país também estão em Campinas, com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), PUC-Campinas, Grupo Veris, entre outras, que formam milhares de profissionais na área de TI todos os anos. E esse é um dos motivos que fizeram com que muitas empresas escolhessem a região para implantar suas plantas e montar suas equipes.
A ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e outros investimentos previstos para os próximos anos, como o Trem de Alta Velocidade (TAV) estão sendo responsáveis pelo aumento da demanda por profissionais de tecnologia da informação, que estão cada vez mais disputados.
O mito de que a pessoa que trabalha com tecnologia da informação é aquele que fica horas a fio dentro de uma sala em frente ao computador já caiu há muito tempo nas empresas. De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) regional Campinas, Gilberto Sobrinho, a maioria das empresas já investe em um departamento de TI. Nas áreas de atuação, o profissional pode trabalhar em uma companhia de tecnologia de ponta ou de forma terceirizada
Entre as funções que estão mais em falta no mercado de TI atualmente estão o analista de negócios, o consultor de projetos e infraestrutura, arquiteto de sistemas, segurança de informática, consultor SAP, vendedor técnico e analista de banco de dados. Por isso, os empregadores buscam casa vez mais profissionais que tenham conhecimento de negócios e de gestão.
Déficit no mercado
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), existe uma carência significativa de profissionais qualificados no setor. Projeções do Observatório Softex apontam, para este ano, um déficit de 71 mil profissionais. Mantendo-se o quadro atual, a falta de profissionais poderá chegar a 200 mil em 2013. Para vencer o desafio de aumentar em 50% o peso relativo do setor de Tecnologia da Informação no PIB, o País precisará incorporar cerca de 750 mil novos profissionais ao mercado. Só para atingir exportações de US$ 20 bilhões por ano, serão necessários 300 mil profissionais, considerando que a cada US$ 1 bilhão exportado é preciso criar 20 mil postos de trabalho. Já no mercado interno, serão necessários outros 450 mil profissionais.
A Brasscom considera esses números são bom desafio para o Brasil, principalmente com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. A associação apresentou no começo deste mês um estudo sobre as necessidades e oportunidades em TI nas cidades brasileiras que sediarão os eventos esportivos, que devem demandar cerca de R$ 5,7 bilhões de investimentos em tecnologia da informação. 
Segundo a diretoria da Infraestrutura e Convergência Digital da Brasscom, isso exigirá tecnologia de ponta e oferecerá grandes oportunidades para as empresas do setor, mas o país terá de implantar uma infraestrutura robusta e integrada, que suporte este processo.
Qualificação
O item básico para quem pensa em trabalhar com TI é o domínio fluente do inglês. Segundo o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) regional Campinas, Gilberto Sobrinho, pode parecer óbvio, mas muitos profissionais perdem chances muito interessantes por não falarem o idioma.
Além disso, a qualificação em diferentes áreas relacionadas à tecnologia da informação, como gestão de negócios, é muito valorizada pelas empresas, já que uma das exigências é o conhecimento bastante amplo do assunto. Assim, é possível que o profissional trabalhe em diferentes projetos.
 EPTV.com - Isabela Leite

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Evasão em faculdades de TI é de 82%

A evasão em cursos superiores de educação tecnológica chega a 82%, segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

De acordo com a pesquisa, apenas 85 mil estudantes concluem, em média, a faculdade de TI – de um total de 460 mil vagas oferecidas pelas instituições de educação.

As principais razões da evasão, indica Sérgio Sgobbi, Diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom, são a falta de perfil em TI – apenas 11% dos egressos de nível superior são de ciências exatas; na China, o número é de 39%.

Falta de base matemática na escola regular, reflexo do investimento anual em educação por estudante, que é aproximadamente quatro a cinco vezes menor do que a média dos países da OCDE para a educação básica e 20% maior na educação superior, também atrapalha.

Além disso, diz Sgobbi, as expectativas dos estudantes com relação aos cursos não são realistas.

Outro fator é a baixa concorrência de alunos por vaga em cursos de graduação em tecnologia – que foi de 1,22 em 2008. “A seleção dos alunos é diretamente relacionada à concorrência; quanto mais concorrentes, maior o grau de dificuldade para ingressar e melhor a seleção”, reforça Sgobbi.

Conforme a Brasscon, a evasão escolar se reflete diretamente no mercado profissional do setor de TI que, embora empregue atualmente 600 mil pessoas, apresenta déficit de quase 92 mil profissionais para esse ano, de acordo com projeções do Observatório Softex.

Mantendo-se o quadro atual, o déficit pode chegar a 200 mil em 2013. Para alcançar a meta de aumentar em 50% o peso relativo do setor de TI no PIB até 2020, sugere a Brasscon, o país “precisa enfrentar o desafio de formar mão de obra tecnológica e com conhecimento da língua inglesa”.






domingo, 6 de março de 2011

A primeira experiência


Uma das maiores dificuldades que um profissional tem hoje em dia, em qualquer área, é conseguir a primeira experiência no mercado de trabalho. Há alguns anos, na área de TI, isso nem era tão difícil, por causa da escassez de mão-de-obra que imperava naquela época. Bastava ter uma formação mínima, garra e persistência que a oportunidade aparecia.

No entanto, a situação hoje é um pouco diferente, mais parecida com a de outras áreas mais consolidadas. A escassez de mão-de-obra é menor e os projetos de TI, mais pressionados por custos e resultados, demandam profissionais com uma combinação de características que afasta os novatos. Pede-se mais experiência para diminuir os riscos e os custos de gerenciamento. A pressão por resultados também impede que haja tempo para se investir em novos profissionais.

O cenário descrito acima é uma generalização, é claro. Não que as oportunidades estejam faltando para novos profissionais de TI. Elas sempre vão existir, até porque parte das empresas deseja renovar seu quadro funcional. A grande questão é que, atualmente, a competição é muito maior, com uma oferta crescente de profissionais para atender à demanda.

O que podemos fazer?

Para conquistar sua primeira experiência no mercado, o jovem profissional precisa ter três comportamentos e atitudes fundamentais: saber procurar as oportunidades, estar preparado para elas (quando surgirem) e saber criá-las.

A primeira atitude significa ir um pouco além de simplesmente se inscrever em processos de recrutamento e fazer visitas aos sites das empresas e de oportunidades na área. Existe um "algo mais", que é definir a área em que se deseja trabalhar e mapear detalhadamente as empresas e possíveis oportunidades, bem como procurar se relacionar com amigos e colegas que possam levá-lo a estar mais próximo delas.

A outra atitude é estar se preparando. Devemos ter em mente que as empresas não querem mais contratar aquele estagiário de programação em ASP que mal entende do assunto. Ele precisa dominar muito bem a linguagem, até porque em um bom processo de seleção ele será submetido a uma prova prática. Ou seja, quem quer ser um novo profissional da área de TI deve investir bastante na sua formação. Vale lembrar que o principal e mais difícil de se investir é tempo e não dinheiro.

Há várias maneiras de se buscar o aprendizado: livros, sites, cursos etc. Em cada situação, uma é mais indicada do que a outra. Em relação aos cursos, o grande benefício é aprender economizando tempo, ganhando experiência prática e se relacionando com profissionais já atuantes.

Por último, o profissional deve saber criar as oportunidades. Este é um caminho que poderíamos simplesmente chamar de "empreendedorismo", mas talvez esta palavra, longa demais e um pouco desgastada, dificulte o entendimento. Criar uma empresa, com sócios, e procurar criar oportunidades de trabalho é um caminho, porém, não é nada fácil, principalmente para um profissional inexperiente.

Olhe ao seu redor

Mas há formas mais simples de se adquirir experiências de trabalho muito valiosas para uma carreira iniciante: procure um amigo que tenha uma pequena loja ou escritório e se ofereça para criar um site ou um sistema para ele; descubra quais são os sistemas necessários em sua igreja ou clube e mostre sua vontade de fazê-los de graça; faça o mesmo em sua escola, curso, faculdade ou em projetos já existentes, de pessoas que você conheça.

Em todos os casos, não busque a remuneração, mas sim o aprendizado. Em qualquer situação, comporte-se como um profissional, procure atuar o mais corretamente possível, respeitando os clientes e suas necessidades. Avalie seu trabalho com eles e passe a lidar com prazos, como se dependesse disso para receber.

Se você for bem-sucedido nas estratégias que apresentei aqui, esteja certo de que os trabalhos não irão faltar, as oportunidades remuneradas vão continuar surgindo, uma puxando a outra, e em pouco tempo você se verá atuando no mercado. Mas lembre-se que o sucesso vai depender de você estar aberto às oportunidades, preparado para aproveitá-las e trabalhar para aprender e crescer, com muita garra e disposição.