Empresas têm vagas sobrando, mas estão com dificuldade de encontrar profissionais qualificados
Quem tem dúvidas sobre qual profissão seguir e gosta de tecnologia, não deve perder tempo. O mercado de trabalho na área de Tecnologia da Informação (TI) está muito aquecido no Brasil. Para se ter uma idéia, o profissional de TI está entre os dez mais disputados pelos empregadores do país atualmente. Na região de Campinas, a situação não é diferente. As companhias oferecem salários atrativos, têm vagas sobrando, mas têm dificuldade de encontrar profissionais qualificados.
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) sedia um dos principais pólos científicos e tecnológicos do Brasil, como a Embrapa, CPqD, Laboratório Nacional de Luz Síncroton, Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Centro de Nanociência e Nanotecnologia César Lattes. Segundo o Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da RMC, a região é responsável por 15% da produção científica do Brasil. Algumas das mais importantes universidades do país também estão em Campinas, com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), PUC-Campinas, Grupo Veris, entre outras, que formam milhares de profissionais na área de TI todos os anos. E esse é um dos motivos que fizeram com que muitas empresas escolhessem a região para implantar suas plantas e montar suas equipes.
A ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e outros investimentos previstos para os próximos anos, como o Trem de Alta Velocidade (TAV) estão sendo responsáveis pelo aumento da demanda por profissionais de tecnologia da informação, que estão cada vez mais disputados.
O mito de que a pessoa que trabalha com tecnologia da informação é aquele que fica horas a fio dentro de uma sala em frente ao computador já caiu há muito tempo nas empresas. De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) regional Campinas, Gilberto Sobrinho, a maioria das empresas já investe em um departamento de TI. Nas áreas de atuação, o profissional pode trabalhar em uma companhia de tecnologia de ponta ou de forma terceirizada.
Entre as funções que estão mais em falta no mercado de TI atualmente estão o analista de negócios, o consultor de projetos e infraestrutura, arquiteto de sistemas, segurança de informática, consultor SAP, vendedor técnico e analista de banco de dados. Por isso, os empregadores buscam casa vez mais profissionais que tenham conhecimento de negócios e de gestão.
Déficit no mercado
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), existe uma carência significativa de profissionais qualificados no setor. Projeções do Observatório Softex apontam, para este ano, um déficit de 71 mil profissionais. Mantendo-se o quadro atual, a falta de profissionais poderá chegar a 200 mil em 2013. Para vencer o desafio de aumentar em 50% o peso relativo do setor de Tecnologia da Informação no PIB, o País precisará incorporar cerca de 750 mil novos profissionais ao mercado. Só para atingir exportações de US$ 20 bilhões por ano, serão necessários 300 mil profissionais, considerando que a cada US$ 1 bilhão exportado é preciso criar 20 mil postos de trabalho. Já no mercado interno, serão necessários outros 450 mil profissionais.
A Brasscom considera esses números são bom desafio para o Brasil, principalmente com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. A associação apresentou no começo deste mês um estudo sobre as necessidades e oportunidades em TI nas cidades brasileiras que sediarão os eventos esportivos, que devem demandar cerca de R$ 5,7 bilhões de investimentos em tecnologia da informação.
Segundo a diretoria da Infraestrutura e Convergência Digital da Brasscom, isso exigirá tecnologia de ponta e oferecerá grandes oportunidades para as empresas do setor, mas o país terá de implantar uma infraestrutura robusta e integrada, que suporte este processo.
Qualificação
O item básico para quem pensa em trabalhar com TI é o domínio fluente do inglês. Segundo o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) regional Campinas, Gilberto Sobrinho, pode parecer óbvio, mas muitos profissionais perdem chances muito interessantes por não falarem o idioma.
Além disso, a qualificação em diferentes áreas relacionadas à tecnologia da informação, como gestão de negócios, é muito valorizada pelas empresas, já que uma das exigências é o conhecimento bastante amplo do assunto. Assim, é possível que o profissional trabalhe em diferentes projetos.
EPTV.com - Isabela Leite
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